sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

DOM DUARTE AGUARDA FINANCIAMENTOS PARA ARRANCAR COM PROJECTOS AGRÍCOLAS
"Em Bissau, as pessoas agitam-se em fantasias de poder"
Uma agricultura produtiva, auto-suficiente e ecológica são as pedras basilares do investimento rural do Duque de Bragança na Guiné-Bissau, sua antiga paixão.
Dom Duarte Pio está determinado em avançar com um projecto de investimento rural na Guiné-Bissau. Em entrevista à Voz da Guiné, o Duque de Bragança afirma que tudo está a ser preparado e que apenas aguarda “apoios financeiros” para concretizar a iniciativa que visará o desenvolvimento e a melhoria da agricultura guineense, cuidando dos interesses ambientais do local. “Queremos que a população rural recorra a uma agricultura produtiva e que não corte a floresta para fazer carvão vegetal”, explica. O projecto agrícola conta com a colaboração de algumas fundações internacionais e alarga-se a intervenções na área da educação. Questionado sobre os 14 milhões de euros, provenientes do Banco Mundial, do Banco Oeste e da União Europeia, destinados a apoiar os investimentos nos solos guineenses, Duarte Pio reconhece que poderão ser um forte contributo para desbloquear a situação. “Até porque o projecto é barato e auto-sustentável. Uma vez começado, tem condições para que os agricultores possam pagar a sua própria produção. Só o lançamento custará, porque não temos fundos próprios para o suportar sozinhos”, adianta.
Paixão antiga
Para Dom Duarte Pio, a Guiné-Bissau é uma paixão antiga e duradoira. Conheceu-a em 1968 e nunca mais deixou de ser visita regular. É, por isso, com bastante expectativa que aguarda as eleições legislativas de 16 de Novembro. “Acima de tudo, espero que se consiga criar um Governo de coesão nacional. A Guiné tem muitas pessoas capazes. Há apenas um partido ideológico e vários agrupamentos, mas todos eles com valores políticos muito válidos. É errado (e isso também acontece na Europa) desperdiçar essas cabeças válidas, apenas porque o seu partido perdeu as eleições. A partidarização está errada. E em África é muito comum. Queria um Governo de pessoas competentes e dinâmicas”, reafirma o duque de Bragança à Voz da Guiné.Leitor atento da realidade guineense, Dom Duarte Pio considera que a “estabilidade militar” é a necessidade mais premente do país. “Se a Guiné dá, mais uma vez, sinais de instabilidade, ninguém investe. A confiança internacional custa muito a ganhar e perde-se num instante. E com ela os investidores”, sublinha o mesmo interlocutor. Como principal trunfo, na sua opinião, a Guiné-Bissau tem a forte e “sólida” estrutura familiar. “Quando há distúrbios em Bissau, o resto do país fica calmo. O povo quer paz. E resolver os seus problemas. Em Bissau, as pessoas agitam-se em fantasias de poder”...
Jorge Flores, Voz da Guiné
Fonte:
http://vozdaguine.blogspot.com/2008/10/d-duarte-aguarda-financiamentos-para.html

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